23 de setembro de 2013

O que é Diástase e sua importância no pós -parto?

Depois de ganhar minha filha Sofia, notei que minha musculatura abdominal estava diferente. Parecia que havia se feito uma rachadura no meu abdômen. E não satisfeita fui buscar informações sobre o achado, e descobri que isso era comum durante a gestação e que ganhava o nome de Diástase abdominal pós parto. Como estou grávida novamente, me preocupo em cuidar da minha musculatura, e tenho feito Yoga integral duas vezes na semana. E já fazia esta prática antes da gravidez, o que tenho certeza que me tratara vários benefícios. Pesquisando um pouco mais encontrei um texto que descreve direitinho a diastase. Espero que seja útil!
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diastase1Muitas mulheres após terem seus bebês desconhecem a importância da recuperação no pós- parto. Nessa fase, é fundamental que  a atividade física vise a recuperação da força muscular , relaxamento e exercícios específicos de fortalecimento da pelve, da coluna e abdômen.
Após o parto, a barriga da mulher fica flácida devido ao rompimento da musculatura abdominal . Este rompimento chama-se Diástase, onde a parede dos músculos do abdômen se dividem ao meio, na vertical, partindo do umbigo. As mulheres que não realizaram exercícios físicos neste período, e não tem abdômen  fortalecido, desenvolvem mais chances de terem dores nas costas e nas pernas.
Porém, se o afastamento for menor que quatro centímetros, exercícios físicos para a região abdominal revertem a situação em mínimo de três meses, e máximo de 6 meses com o término da amamentação. Se for maior, é necessária cirurgia para unir os lados, desde que a mulher não tenha vontade de ter mais filhos. Não dá para prevenir a diástase, mas exercícios específicos por profissionais que entendam de gestantes e pós -parto podem reduzir as chances da mulher desenvolver tais dores.
Para identificar se você tem este afastamento, é simples, deite-se no chão, e flexione o tronco levemente a  45 graus.  Ao fazer isso, você vai sentir como se um pequeno buraco separasse os dois lados da musculatura da parede do abdômen. Em seguida, verifique quantos dedos cabem  no vão. Um espaçamento de um ou dois dedos é normal e, com os exercícios, diminui gradualmente. Um vão de três ou quatro dedos requer atenção especial para reparar e reequilibrar os músculos. Caso, tenha dificuldade em realizar o exame sozinha consulte um profissional especializado.
O trabalho para o fechamento da diástase é eficaz e o exercício deve ser de intensidade baixa. É muito importante fortalecer os músculos retos-abdominais, garantindo dessa forma, sua estabilização e alinhamento quando os demais músculos entrarem em ação, e posteriormente, estes outros grupos musculares poderão ser exercitados também.
Deve ser evitado exercícios abdominais convencionais, exercícios de rotação de tronco e quadris, alongamento lateral ou da cintura, pois servem apenas para aumentar a diástase. Durante os exercícios, deve-se expirar quando levantar a cabeça e os ombros, pois isto evita um aumento da pressão intra-abdominal. A pressão intra-abdominal elevada apenas aumenta a diástase, que anula todo o propósito do exercício e consequentemente, a reabilitação muscular se torna mais demorada.
Portanto, após o parto é inevitável a diástase, mas se seguir as orientações ao se consultar com seu médico e se exercitar com um profissional de Educação Física ou até mesmo fisioterapeuta para realizar este trabalho específico, o resultado será a recuperação completa e o seu abdômen irá ficar como era antes de engravidar.
Abaixo segue uma imagem para ilustrar o que é diástase abdominal!
foto diastase
 Retirado daqui

2 de setembro de 2013

PARTO EM CASA, PASSO A PASSO - POR ANA CRISTINA DUARTE


Apesar da mídia ter, nos últimos tempos, aumentado a visibilidade sobre o tema do parto domiciliar, cada vez que eu participo de uma conversa sobre o tema, eu percebo que a maioria das pessoas não faz a menor ideia de como ele acontece na vida real. No terreno da fantasia a mulher sente dores, seu marido chama a parteira. Ela chega com uma sacolinha com alguns panos brancos e uma tesoura.
Ela faz o parto, de certa forma faz o menino nascer, dá um tapa no bumbum, limpa tudo, faz uma sopa, tira o avental sujo e vai embora para casa.
Vou então contar como que acontece, tipicamente, o atendimento de um parto em casa no ambiente urbano, por parteiras profissionais.
Embora existam outros modelos, esse é o que eu e outras obstetrizes e enfermeiras obstetras conhecidas praticamos nos grandes centros.
1) Pré natal: durante a gravidez a parteira vai verificar os exames pedidos pelo médico, vai conversar muito sobre todas as questões de saúde, sociais, emocionais, alimentação, atividade física, trabalho, vai estabelecer um vínculo e uma relação de confiança com a gestante. A cada encontro são verificados todos os sinais vitais e a evolução da gestação, garantindo que apenas as gestantes de baixo risco continuem com o projeto do parto domiciliar. Aquelas que desenvolvem algum tipo de complicação, terão seus filhos em hospital, com a presença da parteira, se ela desejar.
2) Plano de parto: ainda durante a gestação, parteira e casal vão conversar sobre a equipe de atendimento, os riscos possíveis  as situações especiais que podem surgir, plano B (para onde e com quem ir em caso de transferência). Assim, caso seja necessário usar um hospital, a gestante já sabe para onde vai e quem será o médico que a receberá.
3) Preparação da casa: a parteira entrega ao casal uma lista de sugestões de como se organizar para o parto, os materiais necessários, alimentos e conforto para eles e a equipe. Juntos eles vão pensar onde armar uma banheira inflável, como levar água quente, como manter o ambiente aquecido, enfim, toda a parte da infra-estrutura.
4) Preparação para o parto: o casal receberá indicação de livros, páginas de internet, grupos de discussão virtual, vídeos, cursos e palestras que possam ajudá-lo a se preparar para o evento. O parto se constrói aos poucos, não só através do pré natal, mas também com a relação do casal com outros que estão vivendo essa mesma aventura. Conhecer outras histórias faz aumentar o repertório e a confiança no processo.
5) Quando o parto começa, em algum momento, pela descrição dos sintomas, das contrações e dos intervalos, a parteira vai ao domicílio da gestante verificar o andamento do processo. Nesse momento ela leva as malas com o material de atendimento que cabe a ela: descartáveis, drogas para hemorragia, material de sutura, material de emergência para o bebê, incluindo máscara de ventilação e em geral oxigênio. Mais ou menos que há numa sala de parto hospitalar, é colocado num parto em casa, porém de forma discreta e compacta. Banheira inflável, banqueta de parto e bola fazem parte do material de várias parteiras.
6) Após descarregar o material, a parteira vai fazer a verificação dos batimentos cardíacos do bebê e a dilatação (quando for necessário). Os batimetnos cardíacos serão reavaliados a cada 30 a 60 minutos aproximadamente. É por esses valores que se verifica a vitalidade do bebê. Tudo é anotado num prontuário que ficará arquivado com a parteira. Caso a gestante esteja na fase ativa do parto, a equipe permanecerá até o fim. Caso ainda seja fase inicial, ficará a doula (quando for o caso) e a parteira cuidará de outros afazeres, até a fase ativa de fato começar.
7) Ao longo do processo a parteira estará junto, ajudando, avaliando e anotando. Quando o parto vai chegando ao fim, e começa a vontade de fazer força, a equipe vai preparar um canto para recepção ao recém nascido com material completo, caso seja necessário algum procedimento de reanimação neonatal. Começa uma certa movimentação, porque o bebê está prestes a nascer.
O parto vai acontecer na banheira, ou na banqueta, na cama, onde a mulher preferir. Por baixo, para receber o bebê, vai um lençol descartável. O bebê vai nascer e vai direto para o colo da mãe. Será enxugado e avaliado pela parteira e/ou pediatra (quando houver). Bebê que nasce completamente bem (99%), continua no colo da mãe, ligado ao cordão. Se precisar de estimulação, ou algum procedimento (1%), vai para a mesa de recepção que foi montada. Resolvido, volta para o colo da mãe.
9) Mãe e bebê juntos vão para a cama. A amamentação vai se iniciar. A placenta vai sair. A parteira vai avaliar a integridade da peça, vai verificar sangramento e se há necessidade de dar algum ponto no períneo. Fará os pontos, se necessários, com material estéril. O cordão será cortado em algum momento após parar de pulsar. Possivelmente após a saída da placenta. O bebê será examinado, pesado, vestido e entregue à mãe.
10) A mãe vai comer alguma coisa, vai se ajeitar na cama e permanecerá lá com o bebê e o restante da família. As parteiras vão organizar a casa, fazer a limpeza geral e deixar tudo pronto antes de partirem, cerca de 2 a 3 horas após o parto, levando o material e deixando a casa como era antes do parto. Ao longo dos próximos dias, mãe e bebê receberão as visitas pós parto da equipe, com avaliação e ajuda na solução dos problemas de amamentação.
E a vida continua!
Não parece simples?