17 de dezembro de 2012
23 de novembro de 2012
10 SINAIS DE QUE SEU MÉDICO VAI FAZER UMA CESARIANA EM VOCÊ (+ bonus track) - dicas de AC Duarte:
google imagem |
1) Quando você pergunta sobre parto, as
respostas são evasivas, do tipo "ah, isso a gente vê mais pra frente,
cuida da decoração que eu cuido do parto".
2) Quando você pergunta das opções de parto, ele parece dar a mesma importância para o parto normal ou a cesárea, com frases de efeito do tipo "as duas têm suas vantagens e desvantagens!
3) Ele nunca desmarcou uma consulta para atender um parto.
4) Na sala de espera, aquele monte de mãe que foi "tirar os pontos" e todas as mães precisaram de cesárea, no final, por alguma razão qualquer.
5) Quando ele diz que ele faz parto normal, mas não muito, porque as mulheres preferem cesárea.
6) Quando ele começa a plantar a semente da dúvida no seu coração, falando que o bebê é muito grande, seu colo muito grosso, a bacia muito estreita, etc.
7) Quando ele fica pedindo um monte de ultrassom de terceiro trimestre (questão de tempo pra aparecer uma circular de cordão, pouco líquido, etc)
8) Quando ele diz que faz parto normal, só que ele não se arrisca. (que papo aranha esse)
9) Quando a secretária diz que quinta feira ele não atende porque é o dia que ele "opera" (= dia da cesárea marcada)
10) Quando ele se refere ao parto normal como a opção com mais sofrimento: "mas tem que usar o soro, se quiser anestesia, só depois de 9 cm de dilatação, e eu faço um cortinho na sua vagina para o bebê passar".
11) Bonus track: Quando no consultório tem várias fotos de mães na sala de parto com seus bebês logo após o nascimento, invertidos na cabeceira da maca cirúrgica.
Por Ana Cristina Duarte
6 de novembro de 2012
Andador: perigoso e desnecessário
Gente, levantando uma questão importante para a saúde e segurança de nossos filhotes! Leiam o texto escrito pelo Dr. Danilo Blank!
Para os interessados em informações mais detalhadas sobre o assunto:
"Desde 2007, é proibido vender, importar, e mesmo fazer propaganda de andador para bebês no Canadá. Apesar de ainda muito popular no Brasil, para bebês de 6 a 15 meses, o andador não é recomendado pelos pediatras. Os pais alegam alguns motivos para colocar o bebê no andador. Dizem que ele dá mais segurança às crianças (evitando quedas), mais independência (pela maior mobilidade), promove o desenvolvimento (auxiliando no treinamento da marcha), o exercício físico (também pela maior mobilidade), deixam os bebês extremamente faceiros e, sobretudo, mais fáceis de cuidar.
A literatura científica tem colocado por terra todas estas teses. A ideia de que o andador é seguro é a mais errada delas. A pesquisadora sueca, Ingrid Emanuelson publicou uma análise dos casos de traumatismo craniano moderado em crianças menores de quatro anos, que considerou o andador o produto infantil mais perigoso, seguido por equipamentos de playground. A cada ano são realizados cerca de dez atendimentos nos serviços de emergência para cada mil crianças com menos de um ano de idade, provocados por acidentes com o andador. Isto corresponde a pelo menos um caso de traumatismo para cada duas a três crianças que utilizam o andador. Em um terço dos casos, as lesões são graves, geralmente fraturas ou traumas cranianos, necessitando hospitalização. Algumas crianças sofrem queimaduras, intoxicações e afogamentos relacionados diretamente com o uso do andador, mas a grande maioria sofre quedas; dos casos mais graves, cerca de 80% são de quedas de escadas.
É verdade que o andador confere independência à criança. Contudo, um dos maiores fatores de risco para traumas em crianças é dar independência demais numa fase em que ela ainda não tem a mínima noção de perigo. Colocar um bebê de menos de um ano num verdadeiro veículo que pode atingir a velocidade de até 1 m/s equivale a entregar a chave do carro a um menino de dez anos. Crianças até a idade escolar exigem total proteção.
O andador atrasa o desenvolvimento psicomotor da criança, ainda que não muito. Bebês que utilizam andadores levam mais tempo para ficar de pé e caminhar sem apoio. Além disso, engatinham menos e têm escores inferiores nos testes de desenvolvimento.
O andador atrasa o desenvolvimento psicomotor da criança, ainda que não muito. Bebês que utilizam andadores levam mais tempo para ficar de pé e caminhar sem apoio. Além disso, engatinham menos e têm escores inferiores nos testes de desenvolvimento.
O exercício físico é muito prejudicado pelo uso do andador, pois, embora ele confira mais mobilidade e velocidade, a criança precisa despender menos energia com ele do que tentando alcançar o que lhe interessa com seus próprios braços e pernas.
Por fim, trata-se de uma grande falácia dizer que a satisfação e o sorriso de um bebê valem qualquer risco. Um bebê de um ano fica radiante com muito menos do que isso: basta sentar na sua frente, fazer caretas para ele e lhe contar histórias ou jogar uma bola.
Dizer que o andador torna a criança mais fácil de cuidar revela preguiça, desinteresse ou falta de disponibilidade do cuidador. Caso o adulto realmente não tenha condições de ficar o tempo todo ao lado do bebê, é mais seguro colocá-lo num cercado com brinquedos do que num andador. Cercá-lo de um ambiente protetor, com dispositivos de segurança, como grades ou redes nas janelas; estas são medidas de proteção passiva, muito mais efetiva. O andador definitivamente não se enquadra neste esquema.
Existe um movimento muito intenso na Europa e nos Estados Unidos visando a implantar uma lei semelhante à canadense, uma vez que todas as estratégias educativas têm falhado na prevenção dos traumatismos por andadores.
Enquanto este progresso não chega ao Brasil, continuamos contando com o bom senso dos pais, no sentido de não expor os bebês a um produto perigoso e absolutamente desnecessário".
Para os interessados em informações mais detalhadas sobre o assunto:
• American Academy of Pediatrics. Committee on Injury and Poison Prevention. Injuries associated with infant walkers. Pediatrics. 2001;108:790-2.http://pediatrics.aappublications.org/cgi/content/full/108/3/790.
• Taylor B. Babywalkers. BMJ. 2002;325:612.http://bmj.bmjjournals.com/cgi/content/full/325/7365/612.
• Health Canada. Baby Walkers (Banned) & Stationary Activity Centres. http://www.hc-sc.gc.ca/cps-spc/child-enfant/equip/walk-marche-eng.php
• Taylor B. Babywalkers. BMJ. 2002;325:612.http://bmj.bmjjournals.com/cgi/content/full/325/7365/612.
• Health Canada. Baby Walkers (Banned) & Stationary Activity Centres. http://www.hc-sc.gc.ca/cps-spc/child-enfant/equip/walk-marche-eng.php
4 de outubro de 2012
22 de setembro de 2012
Encontro do GAPP Luz da Vida - 22/09/2012
Hoje ocorreu o encontro do grupo com o tema sobre violência obstétrica. Assistimos um vídeo com a entrevista de profissionais da humanização, e com relatos de mulheres que sofreram violência obstétrica. Também assistimos um vídeo com a dramatização de uma violência no qual fica evidente o desrespeito que a parturiente e o bebê sofrem. Vimos um vídeo de cesárea e outro de um parto natural. Estavam presente a Ana Mello colaboradora do grupo, a Mari que carrega Davi em seu ventre, aluna do Espaço Bem Zen e minha doulanda/miga Mariana Machado com o pequeno Samuel. Mariana contou um pouco do parto humanizado que teve no Hospital Moinhos de Vento, de como se empoderou e não permitiu que fizessem procedimentos desnecessários e de como se sentiu com o apoio da doula.
Enfim a tarde foi deliciosa, regada de muitas risadas e de uma conversa agradável! Adorei a presença de vocês meninas!
Venham conferir, compartilhem suas dúvidas, seus medos, suas experiências, os encontros que acontecem mensalmente. A próxima data já esta no blog!
Enfim a tarde foi deliciosa, regada de muitas risadas e de uma conversa agradável! Adorei a presença de vocês meninas!
Venham conferir, compartilhem suas dúvidas, seus medos, suas experiências, os encontros que acontecem mensalmente. A próxima data já esta no blog!
Samuel da Mariana com 7 meses- Lindo! |
18 de setembro de 2012
UOL Mulher- Entenda o polêmico parto domiciliar e veja quem pode dar à luz dessa maneira
Maurício Horta
Do UOL, em São Paulo
Do UOL, em São Paulo
Ana Cristina Duarte é uma parteira. Mas não daquelas do tempo de nossas
avós. Ela é ativista de um movimento que defende a opção pelo parto domiciliar
planejado. Nele, mulheres em gravidez de baixo risco dão à luz em casa, na
companhia de quem escolher. Não é utilizado nenhum tipo de medicamento para
diminuir a dor, a não ser métodos naturais de analgesia, como água quente,
massagens e técnicas de relaxamento e de respiração. O parto também não é
induzido com a administração do hormônio ocitocina –e, por isso, dura entre
oito e 12 horas em mães de primeira viagem. Tudo fora do ambiente hospitalar.
É exatamente o fato de não acontecer em um hospital que colocou a classe médica contra a prática. Enfermeiros e obstetras são legalmente habilitados para assistir partos em casa, mas o Conselho Federal de Medicina considera mais seguro que ele seja feito no hospital. O Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj) chegou a vetar que médicos no Estado assistissem partos domiciliares e a pedir à entidade paulista –o Cremesp– a punição do médico obstetra Jorge Francisco Kuhn, que defendeu a opção pelo parto em casa em entrevista ao programa "Fantástico" (Globo), em junho. A instrução do Cremerj contra o parto domiciliar foi derrubada pela Justiça do Rio de Janeiro e levou ativistas a marchas em 16 pontos do país.
"Nossa visão é a de que o parto domiciliar não é aconselhável", diz o obstetra Mário Macoto, do Hospital das Clínicas da USP. "Isso porque existem alguns imprevistos. Por exemplo, o prolapso do cordão (quando o cordão sai antes), um período expulsivo muito prolongado, a retenção de placenta, um sangramento importante. E quando a mulher chega a nós, chegam duas vidas que precisam ser cuidadas. A da mãe e a do bebê", diz Macoto.
Kuhn não concorda que haja perigo aumentado nos casos de gravidez de baixo risco. "Assisti 100 partos domiciliares e nunca precisei levar ao hospital quando houve prolapso do cordão ou descolamento da placenta”, diz Kuhn, que se tornou um “vaginalista” convicto após um período de estudos e plantões na Universidade Livre de Berlim, entre 1990 e 1991.
"Em 15 desses casos, houve remoção para hospital. Mas isso aconteceu pelo desejo da mulher, seja porque o trabalho estava muito estafante, seja porque pediu para ser anestesiada. Em nenhum deles houve cesária". Segundo Kuhn, casos de emergência são de apenas 1%.
Foi exatamente uma cesária desnecessária que levou Ana Paula Duarte ao movimento pelo parto domiciliar planejado. "O médico era um figurão da USP, mas não tinha tempo para um parto normal", diz Duarte. Na segunda gravidez, ela procurou algum médico conhecido por fazer parto normal. Mas isso não é fácil no Brasil, o país com a maior porcentagem de cesárias no mundo, segundo a Unicef. Segundo dados do DataSUS, o número de cesáreas ultrapassou em 2009 o de partos normais –enquanto a OMS aconselhe que ocorra em apenas 15% dos casos.
Quando Ana Paula teve um parto natural, ele aconteceu em um hospital –um ambiente em que disse ter-se sentido sozinha, desamparada. Foi por isso que em 1999 começou a estudar e militar pelo parto humanizado. Tornou-se doula (uma pessoa que dá apoio emocional e físico para a parturiente) –e em 2008 se formou no curso de obstetrícia da Escola de Artes e Ciências Humanas da USP. Então, passou a assistir partos domiciliares e a enfrentar a oposição de parte da classe médica.
É exatamente o fato de não acontecer em um hospital que colocou a classe médica contra a prática. Enfermeiros e obstetras são legalmente habilitados para assistir partos em casa, mas o Conselho Federal de Medicina considera mais seguro que ele seja feito no hospital. O Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj) chegou a vetar que médicos no Estado assistissem partos domiciliares e a pedir à entidade paulista –o Cremesp– a punição do médico obstetra Jorge Francisco Kuhn, que defendeu a opção pelo parto em casa em entrevista ao programa "Fantástico" (Globo), em junho. A instrução do Cremerj contra o parto domiciliar foi derrubada pela Justiça do Rio de Janeiro e levou ativistas a marchas em 16 pontos do país.
"Nossa visão é a de que o parto domiciliar não é aconselhável", diz o obstetra Mário Macoto, do Hospital das Clínicas da USP. "Isso porque existem alguns imprevistos. Por exemplo, o prolapso do cordão (quando o cordão sai antes), um período expulsivo muito prolongado, a retenção de placenta, um sangramento importante. E quando a mulher chega a nós, chegam duas vidas que precisam ser cuidadas. A da mãe e a do bebê", diz Macoto.
Kuhn não concorda que haja perigo aumentado nos casos de gravidez de baixo risco. "Assisti 100 partos domiciliares e nunca precisei levar ao hospital quando houve prolapso do cordão ou descolamento da placenta”, diz Kuhn, que se tornou um “vaginalista” convicto após um período de estudos e plantões na Universidade Livre de Berlim, entre 1990 e 1991.
"Em 15 desses casos, houve remoção para hospital. Mas isso aconteceu pelo desejo da mulher, seja porque o trabalho estava muito estafante, seja porque pediu para ser anestesiada. Em nenhum deles houve cesária". Segundo Kuhn, casos de emergência são de apenas 1%.
Foi exatamente uma cesária desnecessária que levou Ana Paula Duarte ao movimento pelo parto domiciliar planejado. "O médico era um figurão da USP, mas não tinha tempo para um parto normal", diz Duarte. Na segunda gravidez, ela procurou algum médico conhecido por fazer parto normal. Mas isso não é fácil no Brasil, o país com a maior porcentagem de cesárias no mundo, segundo a Unicef. Segundo dados do DataSUS, o número de cesáreas ultrapassou em 2009 o de partos normais –enquanto a OMS aconselhe que ocorra em apenas 15% dos casos.
Quando Ana Paula teve um parto natural, ele aconteceu em um hospital –um ambiente em que disse ter-se sentido sozinha, desamparada. Foi por isso que em 1999 começou a estudar e militar pelo parto humanizado. Tornou-se doula (uma pessoa que dá apoio emocional e físico para a parturiente) –e em 2008 se formou no curso de obstetrícia da Escola de Artes e Ciências Humanas da USP. Então, passou a assistir partos domiciliares e a enfrentar a oposição de parte da classe médica.
Meio-termo
Parto normal, natural, humanizado e domiciliar planejado. Todos esses
tipos de parto são vaginais, e, como não envolvem uma cirurgia, têm risco de
infecção hospitalar menor e recuperação mais rápida da mulher em relação à
cesariana. Qual então a diferença entre eles?
O parto normal significa basicamente que é vaginal. Isso, no entanto,
não significa que não haja intervenções médicas. Se a mulher sentir dores
intensas, é aplicada anestesia. Para acelerar o parto, são administrados
hormônios. Também é feita a episiotomia, caso necessário. Por outro lado, no
parto natural, o papel do médico se resume a acompanhar o parto, e não
induzi-lo.
Já o parto humanizado não é em si uma técnica, mas o controle das
decisões sobre o parto pela mulher, e não pela equipe médica. Isso inclui a
presença de acompanhantes, a escolha da posição em que se sentir mais
confortável, a presença do bebê logo após o parto. Para isso acontecer sem
pressão de tempo nem desconforto pelo ambiente hospitalar, alguns hospitais
privados têm suítes de parto, e o SUS, as casas de parto.
Para Mário Macoto, o problema não é o "parto humanizado", mas o fato de o parto domiciliar não acontecer no hospital. "Nas condições em que vivemos, dificilmente a parturiente terá acesso da casa à sala do hospital em 10 ou 20 minutos."
Mas entre a ideia de um parto hospitalar humanizado e a prática existe ainda um abismo. São poucas as suítes de parto em hospitais privados e as casas de parto cobertas pelo SUS –em São Paulo são três na capital e nenhuma no interior.
Enquanto isso, discussão contra e a favor o parto domiciliar só esquenta. “Quando o médico se opõe ao parto domiciliar, baseia-se apenas em sua opinião, não em evidências científicas. O fato é que o médico é apenas um dos atores envolvidos no nascimento. Um ator com formação voltada à doença, não para a normalidade”, diz Ana Cristina Duarte.
Mas, afinal, como é um parto domiciliar planejado, em quais casos equipes de saúde o realizam e quais os seus riscos? Especialistas ouvidos pelo UOL Gravidez e Filhos respondem essas e outras perguntas a seguir.
Para Mário Macoto, o problema não é o "parto humanizado", mas o fato de o parto domiciliar não acontecer no hospital. "Nas condições em que vivemos, dificilmente a parturiente terá acesso da casa à sala do hospital em 10 ou 20 minutos."
Mas entre a ideia de um parto hospitalar humanizado e a prática existe ainda um abismo. São poucas as suítes de parto em hospitais privados e as casas de parto cobertas pelo SUS –em São Paulo são três na capital e nenhuma no interior.
Enquanto isso, discussão contra e a favor o parto domiciliar só esquenta. “Quando o médico se opõe ao parto domiciliar, baseia-se apenas em sua opinião, não em evidências científicas. O fato é que o médico é apenas um dos atores envolvidos no nascimento. Um ator com formação voltada à doença, não para a normalidade”, diz Ana Cristina Duarte.
Mas, afinal, como é um parto domiciliar planejado, em quais casos equipes de saúde o realizam e quais os seus riscos? Especialistas ouvidos pelo UOL Gravidez e Filhos respondem essas e outras perguntas a seguir.
A escolha
Uma vez interessada em um parto domiciliar planejado, a gestante e seu
parceiro têm de procurar profissionais que ofereçam esse tipo de serviço: um
obstetra ou enfermeiro obstetra, todos com qualificação formal para atender
partos de baixo risco. Essa será a mesma pessoa que acompanhará o casal, desde
o pré-natal até o pós-parto. Embora seja raro, médicos obstetras também podem
fazer o parto domiciliar.
Para que possa atender em casa, esse profissional de saúde precisa ter bastante experiência acumulada. “Quando se formam, enfermeiras e obstetras ainda não estão preparados para assistir um parto domiciliar. Precisam obter muita experiência, o que ocorre integrando uma equipe ou trabalhando em hospital”, diz Nádia Narchi, coordenadora e professora do curso de obstetrícia da EACH-USP.
Segundo a enfermeira obstetra Priscila Colacioppo, no primeiro encontro, que dura por volta de duas horas, é explicado o que é o parto domiciliar planejado e suas condições. "É comum o parceiro estar meio ressabiado, mas o fato é que o homem é o nosso maior aliado no parto, quem mais compartilha. É o casal que dá à luz."
Para que possa atender em casa, esse profissional de saúde precisa ter bastante experiência acumulada. “Quando se formam, enfermeiras e obstetras ainda não estão preparados para assistir um parto domiciliar. Precisam obter muita experiência, o que ocorre integrando uma equipe ou trabalhando em hospital”, diz Nádia Narchi, coordenadora e professora do curso de obstetrícia da EACH-USP.
Segundo a enfermeira obstetra Priscila Colacioppo, no primeiro encontro, que dura por volta de duas horas, é explicado o que é o parto domiciliar planejado e suas condições. "É comum o parceiro estar meio ressabiado, mas o fato é que o homem é o nosso maior aliado no parto, quem mais compartilha. É o casal que dá à luz."
O pré-natal
Depois do primeiro contato com o profissional escolhido, começa o
pré-natal, com sessões mensais. O especialista fará uma análise da história da
saúde da mulher, de sua família, de sua gestação e de seus fatores de risco.
Além disso, é avaliada a existência de um hospital com maternidade e UTI para
mãe e bebê a, no máximo, 20 minutos do local do parto, para ser possível um
"plano B".
É montado um planejamento, formando-se a equipe que atenderá a ela e sua família. Segundo Ana Cristina, o único profissional obrigatório é o obstetra ou enfermeiro obstetra ou médico obstetra, mas ter uma doula pode ajudar muito. “Ela tem treinamento para dar suporte emocional, o que ajuda bastante a mãe”, diz a obstetriz.
Em parceria com o profissional escolhido, a mãe vai montar o "plano B" para ser acionado em caso de emergência, com opções de médicos e hospitais. Também com auxílio da pessoa que fará seu parto em casa, a futura mãe ainda decide em quais situações deseja ser removida para um hospital.
As consultas mensais de pré-natal são feitas paralelamente pela pessoa que auxiliará no parto domiciliar e por um médico escolhido pela gestante. Além de acompanhar a evolução da gestação, o objetivo desses encontros é estabelecer um vínculo emocional da gestante com as pessoas que estarão com ela no momento do nascimento de seu bebê.
É montado um planejamento, formando-se a equipe que atenderá a ela e sua família. Segundo Ana Cristina, o único profissional obrigatório é o obstetra ou enfermeiro obstetra ou médico obstetra, mas ter uma doula pode ajudar muito. “Ela tem treinamento para dar suporte emocional, o que ajuda bastante a mãe”, diz a obstetriz.
Em parceria com o profissional escolhido, a mãe vai montar o "plano B" para ser acionado em caso de emergência, com opções de médicos e hospitais. Também com auxílio da pessoa que fará seu parto em casa, a futura mãe ainda decide em quais situações deseja ser removida para um hospital.
As consultas mensais de pré-natal são feitas paralelamente pela pessoa que auxiliará no parto domiciliar e por um médico escolhido pela gestante. Além de acompanhar a evolução da gestação, o objetivo desses encontros é estabelecer um vínculo emocional da gestante com as pessoas que estarão com ela no momento do nascimento de seu bebê.
ESTUDOS PELO MUNDO
No Canadá, uma pesquisa feita pela Universidade
British Columbia, de 2000 a 2004, analisou nascimentos
realizados de três formas: partos domiciliares planejados (2.889), partos
planejados em hospital com parturientes nas mesmas condições exigidas para um
parto domiciliar (4.752) e partos com participação médica (5.331).
A taxa de mortes perinatais por mil nascimentos foi de 0,35 nos partos domiciliares, 0,57 no hospital com parteiras e 0,64 entre aqueles feitos por médicos.
Em 2000, outro estudo realizado nosEstados Unidos e no Canadá levantou informações sobre 5.418 mulheres que escolheram fazer seus partos com obstetras qualificadas.
A taxa de morte perinatal foi de 1,7 por mil nascimentos, semelhante ao que acontecia em partos de baixo risco atendidos em hospital e não houve morte materna.
A taxa de mortes perinatais por mil nascimentos foi de 0,35 nos partos domiciliares, 0,57 no hospital com parteiras e 0,64 entre aqueles feitos por médicos.
Em 2000, outro estudo realizado nosEstados Unidos e no Canadá levantou informações sobre 5.418 mulheres que escolheram fazer seus partos com obstetras qualificadas.
A taxa de morte perinatal foi de 1,7 por mil nascimentos, semelhante ao que acontecia em partos de baixo risco atendidos em hospital e não houve morte materna.
Chegou a hora
No caso de haver doula, é ela a primeira pessoa a ser contatada quando a
mulher entra em trabalho de parto. Ela ajuda a parturiente a encontrar as
melhores posições para o parto, formas de respirar e a auxilia com medidas
naturais para aliviar a dor. Como o nascimento não será acelerado com a
administração de ocitocina (hormônio que intensifica as contrações uterinas),
sua duração varia de caso a caso.
Enquanto o bebê não nasce, a parturiente pode agir como quiser dentro de casa. “Pode ir ao chuveiro, caminhar um pouco, comer, beber, dormir, deitar com o parceiro, enquanto a equipe toda fica esperando, tentando não atrapalhar o casal”, fala Ana Cristina Duarte.
Quando aumentam as contrações, entra em cena o enfermeiro obstetra ou obstetra, que chega na casa com o porta-malas do carro cheio. “Trazemos materiais como equipamento para reanimação neonatal, hemorragia, sutura, anestesia local, sonar para ouvir o coração do bebê”, diz Ana Cristina.
Perto da hora de nascer, a equipe prepara um lugar para recepcionar o bebê. "Se ele nascer com necessidade de algum procedimento simples, tem um lugar aquecido com o material pronto para a emergência. Mas isso fica reservado, para que a mãe não precise ver”, diz a obstetriz.
Já a mulher faz o parto como preferir: pode ser em uma banqueta, sob o chuveiro, de cócoras, deitada. Quando o bebê nasce, ele é colocado no colo da mãe para ser amamentado, com mãe e filho ainda ligados pelo cordão umbilical.
Passada uma hora, com a placenta já expelida, é cortado o cordão. Feito isso, a pessoa responsável pelo parto examina o bebê, pesa, dá vitamina K para evitar hemorragia e pinga um colírio para evitar a conjuntivite do recém-nascido, problema comum em partos vaginais. Em duas ou três horas, a equipe vai embora, mas voltará para mais três visitas nos dez dias seguintes.
Enquanto o bebê não nasce, a parturiente pode agir como quiser dentro de casa. “Pode ir ao chuveiro, caminhar um pouco, comer, beber, dormir, deitar com o parceiro, enquanto a equipe toda fica esperando, tentando não atrapalhar o casal”, fala Ana Cristina Duarte.
Quando aumentam as contrações, entra em cena o enfermeiro obstetra ou obstetra, que chega na casa com o porta-malas do carro cheio. “Trazemos materiais como equipamento para reanimação neonatal, hemorragia, sutura, anestesia local, sonar para ouvir o coração do bebê”, diz Ana Cristina.
Perto da hora de nascer, a equipe prepara um lugar para recepcionar o bebê. "Se ele nascer com necessidade de algum procedimento simples, tem um lugar aquecido com o material pronto para a emergência. Mas isso fica reservado, para que a mãe não precise ver”, diz a obstetriz.
Já a mulher faz o parto como preferir: pode ser em uma banqueta, sob o chuveiro, de cócoras, deitada. Quando o bebê nasce, ele é colocado no colo da mãe para ser amamentado, com mãe e filho ainda ligados pelo cordão umbilical.
Passada uma hora, com a placenta já expelida, é cortado o cordão. Feito isso, a pessoa responsável pelo parto examina o bebê, pesa, dá vitamina K para evitar hemorragia e pinga um colírio para evitar a conjuntivite do recém-nascido, problema comum em partos vaginais. Em duas ou três horas, a equipe vai embora, mas voltará para mais três visitas nos dez dias seguintes.
Quanto custa
Não há plano de saúde que cubra parto domiciliar. O que a mulher pode
conseguir, no máximo, é que a empresa faça um reembolso. O preço dessa
modalidade varia muito, dependendo da cidade onde acontece e dos profissionais
envolvidos. “É comum fazer acordos, como permuta por serviços. Por exemplo, se
a mãe for fotógrafa, pode ajudar a pagar com serviços de fotografia. Mas, em
média, o custo varia de R$ 2.000 a R$ 5.000 pelo parto, mais as visitas
pós-parto”, diz Ana Cristina Duarte.
Riscos
Os especialistas têm opiniões divergentes sobre os riscos do parto
domiciliar, mas mesmo entre os favoráveis três pontos são unanimidade –só pode
ocorrer se a mulher tiver um bom quadro clínico, se a gravidez for de baixo
risco e se for viável um plano B. Entre os fatores de exclusão estão gravidez
de gêmeos, mãe com problemas de saúde (doenças como diabetes, hipertensão
crônica e infecções), bebê com alguma anomalia ou fora da posição correta
e parto prematuro.
2 de setembro de 2012
Seu filho é uma boa pessoa
Dr Carlos Gonzáles
E são-no. Têm forçosamente de o ser. Nenhuma espécie animal poderia sobreviver se os seus indivíduos não nascessem com a capacidade de adquirir o comportamento normal dos adultos e com a tendência para o fazer. Não é necessário muito esforço para ensinar um leão a comer carne e uma andorinha a voar para África.
O que é difícil, o que requer métodos de educação absolutamente aberrantes, seria conseguir um leão vegetariano e umaandorinha que não emigrasse. A imensa maioria dos recém-nascidos, quando criados adequadamente (isto é, com amor, respeito e contacto físico), serão crianças normais e, mais tarde, adultos
normais. O ser humano é um animal social e, por isso, a capacidade para amar e ser amado, respeitar e ser respeitado, ajudar os outros e obter ajuda dos outros membros do grupo, compreender e respeitar normas sociais (em resumo, ser uma boa pessoa) são aspectos normais da nossa personalidade. A educação esmerada, a religião ou a lei podem dar-nos outras coisas; mas não são imprescindíveis para se conseguir ser uma boa pessoa.
Os nossos antepassados, sem dúvida, já eram boas pessoas quando viviam em grutas, do mesmo modo que as galinhas são «boas galinhas» sem necessidade de escola ou de polícia.
O seu filho é desinteressado
Lama, de três meses, chora desconsolada. Mamou, tem a fralda limpa, não tem frio, não tem calor, o alfinete não a está a picar. A mãe pega-lhe ao colo, diz algumas palavras carinhosas e imediatamente Lama se tranquiliza. Volta a deitá-Ia no berço e ela começa a chorar.- Não tem fome, não tem sede, não tem nada – dizem as más-línguas -, que raio quererá agora?
Quer a mãe. Quere-a a si. Não a quer pela comida, nem pela roupa, nem pelo calor, nem pelos brinquedos que lhe comprará mais tarde, nem pela escola particular onde a vai inscrever, nem pelo dinheiro que lhe deixará como herança. O amor de uma criança é puro, absoluto, desinteressado.
Freud acreditava que as crianças amavam a mãe porque dela obtinham o alimento. Esta á a chamada teoria do impulso secundário (a mãe é secundária, o que vem em primeiro lugar é o leite). Bowlby, com a sua teoria do apego, defende exactamente o contrário: a necessidade da mãe é independente da necessidade de alimento e provavelmente maior.
Por que razão não desfruta, como mãe, dessa maravilhosa sensação de amor absoluto? Sentir-se-ia melhor se o seu filho só a chamasse quando tivesse fome, sede ou frio, e passasse perfeitamente sem si quando estivesse satisfeito? Ninguém negaria a comida a uma criança que chora com fome; ninguém deixaria de abrigar uma criança que chora com frio. Deixaria chorar uma criança que o faz porque necessita de carinho?
O seu filho é generoso
Há pouco tempo, uma mãe, preocupada, perguntava-me quando deixaria o seu filho, de um ano e meio, de ser tão egoísta; quando aprenderia a partilhar.Por que razão aprender a partilhar é algo de tão obsessivo para pais e educadores? Para que vai servir às crianças aprenderem a partilhar? Nós, adultos, não partilhamos quase nada.
Um exemplo: Isabel, que ainda não tem dois anos, brinca no parque com o balde, a pá e a bola, sob o olhar atento e carinhoso da mãe. Claro, como não tem mãos que cheguem, nesse momento apenas a pá está na sua posse, o balde e a bola encontram-se a uma certa distância. Aproxima-se uma criança desconhecida, mais ou menos da mesma idade, senta-se ao lado de Isabel e, sem dizer palavra, agarra a bola de Isabel. Há dez minutos
que Isabel não ligava à bola e, no início, continua a bater no chão com a pá. Tranquila? Um observador atento terá reparado que as pancadas são mais fortes e que Isabel vigia a bola pelo canto do olho. O recém-chegado,por seu lado, parece plenamente consciente de que pisa terreno perigoso; afasta a bola, observa o efeito, volta a aproximá-la… Para que não haja lugar a mal-entendidos, Isabel adverte: «É minha!» E vê-se obrigada a
especificar: «A bola é minha!» O intruso, que aparentemente não domina frases de três palavras (ousimplesmente prefere não se comprometer), limita-se a repetir: «Bola, boooola, bola!» Sem dúvida com receio de que estas palavras correspondam a uma reivindicação de propriedade, Isabel decide recuperar a posse plena da sua bola verde. O intruso não oferece demasiada resistência, mas, num descuido, consegue agarrar no balde. Isabel brinca durante uns minutos, satisfeita, com a bola recém-recuperada, mas logo se inquieta. E o balde? Mas onde iremos parar?
Podemos passar assim metade da tarde. Umas vezes Isabel cederá de boa vontade, durante alguns minutos, um dos seus brinquedos. Outras vezes, acabará por o tolerar de má vontade. Outras ainda, não o vai tolerar de todo. Por vezes, ela mesma oferecerá ao menino a sua própria pá em troca do próprio balde. Pode haver algum choro e gritos de ambas as partes; mas, em todo o caso, é provável que o seu novo «amigo» consiga bastantes momentos de brincadeira relativamente pacífica.
É muito possível também que ambas as mães intervenham. E aqui produz-se algo que nunca deixa de me surpreender: em vez de defender como uma leoa a sua cria, cada uma das mães se põe do lado da outra criança. «Vá lá, Isabel, empresta a pá a esse menino.» «Vamos, Pedrinho, devolve a pá à menina.» No melhor dos casos, as coisas ficarão por estas suaves exortações; mas, não poucas vezes, as mães competem em
generosidade (porque é fácil ser generoso com a pá dos outros!): «Vá lá, Isabel, se te portas assim, a mamã vai aborrecer-se!» «Pedrinho, pede desculpa agora mesmo ou vamos embora!» «Deixe-o, minha senhora, deixe-o brincar com a pá! Ela é uma egoísta…» «E o meu é terrível, tenho de estar sempre atrás dele, porque está sempre a aborrecer os outros meninos e a tirar-lhes coisas…» E, assim, acabam os dois de castigo, como pequenos países em conflito que poderiam facilmente ter chegado a um acordo amistoso, se as superpotências não tivessem intervindo.Cenas como estas, repetidas mil vezes, fazem com que por vezes consideremos os nossos filhos egoístas.
Nós sem dúvida que partilharíamos uma pá de plástico e uma bola de borracha. Mas será mesmo porque somos mais generosos do que eles ou são os brinquedos que não nos interessam?
É necessário colocar as coisas em perspectiva. Imagine que é você quem está sentada num banco do parque a ouvir música. Ao seu lado, sobre o banco, está a mala sobre um jornal dobrado. Nisto aproxima-se um desconhecido, senta-se ao seu lado e, sem dizer palavra, começa a ler o seu jornal. Pouco depois deixa o jornal (aberto e atirado para o chão!), agarra na mala, abre-a, olha para o seu interior… Será que a leitora saberia partilhar? Quanto tempo esperaria para dizer duas verdades ao desconhecido ou para agarrar na mala e sair a correr? Se visse passar um polícia ao longe, não o chamaria? Imagine agora que o polícia se aproxima e lhe diz:
- Vá lá, dê a sua mala a este cavalheiro ou aborreço-me. O senhor desculpe, mas esta senhora não sabe partilhar… Gosta do telemóvel? Telefone, telefone para onde quiser… A senhora cale-se, se continua a protestar, vai ver…
A nossa disposição para partilhar depende de três factores: o que emprestamos, a quem e durante quanto tempo. A um colega de trabalho poderemos emprestar um livro durante semanas, mas aborrece-nos que um desconhecido mexa no nosso jornal sem pedir licença. Só a um grande amigo ou a um familiar emprestaríamos o automóvel para ir passear. Uma criança pequena tem poucas coisas suas, e um balde, uma pá ou uma bola
são tão importantes para ela como para nós a mala, um computador ou uma moto. O tempo parece longo eemprestar um brinquedo durante uns minutos é tão difícil para ela como para o pai emprestar o automóvel durante alguns dias. E também é diferente quando se trata de amigos ou de desconhecidos, mesmo que não estejamos conscientes disso. Por exemplo, qual destas duas frases usaria a mãe de Isabel para resumir as
histórias que contámos?
a) Enquanto a Isabel estava a brincar na areia com um amigo, um desconhecido agarrou no meu jornal e quase me roubou a mala. Que susto!
b) Enquanto eu e um amigo brincávamos com a minha mala, um desconhecido tentou tirar a bola da Isabel.Que susto!
Claro que, do ponto de vista de um adulto, qualquer criança de dois anos, indefesa e inocente, é um «amiguinho». Mas quando se mede menos de um metro, um menino de dois anos é um desconhecido e pode mesmo ser «um indivíduo com intenções suspeitas».
Um exemplo final: Henrique, de vinte e cinco anos, não sabendo como acalmar o choro do seu filho de oito meses, usa as chaves do carro como se fossem um sino. O menino agarra nas chaves, sacode-as, olha-as, volta a sacudi-las. Uma menina de cerca de seis anos aproxima-se e brinca com ele: «Que lindo! Como se chama? Quantos meses tem?» (É uma dessas meninas precoces.) «O meu primo António também tem oito meses. Hoje
não veio porque tem uma otite.» «Olá, bebé! Que chaves tão giras! Dás-mas? Toma, dou-te esta bola em troca.» Henrique está encantado com a nova amiga do filho, até que a menina sai a correr com as chaves, deixando a bola como pagamento justo. Quantos décimos de segundo pensa que Henrique esperaria para correr atrás dela e recuperar as chaves? O menino partilhou, mas o pai não está disposto a fazê-lo.
Em comparação, os nossos filhos são muito mais generosos do que nós.
O seu filho é equânime
Quer dizer, tem tendência para manter um estado de ânimo estável. Em palavras mais simples, o seu filho não é nada chorão.Como não, se passa o dia a chorar? As crianças pequenas, é verdade, choram mais frequentemente do que os adultos e por isso costumamos dizer que as crianças são choronas.
E se a verdade for simplesmente porque têm mais motivos para chorar? «Mas choram sem razão», dirá você. «Choram por qualquer disparate.» Choram, conforme a idade, porque caiu uma torre de peças de construção, porque não lhes compramos um gelado, porque os levamos ao médico, porque nos vamos embora durante cinco minutos, porque não encontram a mamã logo à primeira tentativa, porque lhes mudamos a fralda, porque lhes secamos o cabelo… Nenhum adulto choraria por causa dessas coisas, desde já.
E por que razão chora o leitor? Faça uma experiência: sente no colo o seu filho de um ou dois anos e falelhe das coisas mais tristes de que se lembrar: «Vão fazer-te uma inspecção das finanças», «Despediram-te do emprego», «Estão a aparecer-te uns pés de galinha horríveis», «A tua equipa de futebol vai baixar para a segunda divisão…» Ele não vai chorar. As coisas que fazem chorar os adultos e as crianças são completamente
diferentes.
Entre as coisas que fazem uma criança pequena chorar com maior frequência encontram-se:
- Separar-se durante uns minutos da mãe.
- Tentar fazer alguma coisa que não consegue.
- Notar algo de estranho e não saber o que é.
- Necessitar de alguma coisa e não saber como a conseguir.
Todas elas são coisas, para sua desgraça, que podem acontecer (e acontecem) várias vezes ao dia. Pelo contrário, as coisas que fazem chorar os mais velhos acontecem apenas de vez em quando. Por isso parece que somos menos chorões, mas não é verdade. Se a nossa equipa descesse à segunda divisão várias vezes ao dia, se nos despedissem do trabalho todas as manhãs, se todos os dias morressem vários dos nossos melhores amigos, passaríamos também o dia a chorar.
O seu filho sabe perdoar
Emília e o filho, Óscar, de seis anos, tiveram uma grande discussão. Para não nos perdermos com os pormenores, digamos apenas que a mãe de Óscar queria que ele tomasse uma ducha e ele achava que estava perfeitamente limpo. Houve gritos, choros, insultos e ameaças. Uma testemunha imparcial iria reconhecer que a maior parte do choro veio de uma das partes do conflito e a maior parte dos insultos e das ameaças da outra.Isso aconteceu há uma hora. Qual destas duas pessoas pensa você que está agora feliz e contente, e continua com as suas ocupações como se nada se tivesse passado, mostrando-se mesmo mais alegre e bajulador do que habitualmente; e qual delas émais provável que esteja ainda aborrecida, fazendo censuras e resmungando?
«Olha mamã, olha o que estou a fazer.»
«Não, a mamã não acha graça.»
«Vamos ao jardim zoológico no domingo?»
«E tu achas que mereces? Achas que te portaste bem?»
Artur, o pai, regressa agora do trabalho. Qual das frases seguintes pensa que vai ouvir:
a) «A mamã foi terrível esta tarde, não imaginas a cena que
me fez. Tens de falar com ela.»
b) «O menino esteve toda a tarde muito impertinente, não
me obedeceu. Tens de falar com ele.»
Os nossos filhos perdoam-nos todos os dias dezenas de vezes. Perdoam sem fingimentos, sem censuras, até esquecer por completo o problema. Deixam de estar aborrecidos muito mais rapidamente do que nós.
O seu filho é valente Imagine que está à espera da sua vez no banco, quando entram uns indivíduos armados e com o rosto tapado. Dizem-lhe para se deitar no chão. Não o faz? Se lhe dizem que se cale, não se cala? Se lhe dizem para ficar quieta, não fica como uma pedra? Acha que uma criança de dois anos teria obedecido? Impossível.
Nenhuma força, nenhuma ameaça, nem sequer uma pistola a apontar para ela pode fazer com que uma criança de dois anos fique quieta durante meia hora, deixe de pedir para fazer chichi ou deixe de chorar quando está a fazer uma birra. Admire o seu valor, em vez de se fixar na sua «teimosia».
(…)
Retirado do blog Maternidade Consciente
31 de agosto de 2012
16 de agosto de 2012
13 de agosto de 2012
Cientista Que Virou Mãe: Introdução de alimentos supérfluos no primeiro ano...
Meus queridos leitores, compartilho aqui no blog uma postagem da amiga Lígia Moreiras Sena. Nele se fala sobre alimentação complementar , os alimentos que não devem ser oferecidos para os bebês, a importância sobre o aleitamento materno exclusivo...enfim, vários aspectos da alimentação do bebê! Acessem o link!
Cientista Que Virou Mãe: Introdução de alimentos supérfluos no primeiro ano...: Encontrei esses dias um artigo bastante interessante, publicado entre julho e setembro de 2011, cujo título é " Introdução de alimentos supé...
Cientista Que Virou Mãe: Introdução de alimentos supérfluos no primeiro ano...: Encontrei esses dias um artigo bastante interessante, publicado entre julho e setembro de 2011, cujo título é " Introdução de alimentos supé...
10 de agosto de 2012
8 de agosto de 2012
INDICAÇÕES REAIS E FICTÍCIAS PARA A CESÁREA
Uma lista super importante feita pela Dra. Melania Amorim e ampliada pela parteira (obstetriz) Ana Cristina Duarte. Fiquem atentas mulherada!!! Mais informações reais, informativas e baseadas em estudos bem feito aqui: http://estudamelania.blogspot.com.br/
google imagem |
INDICAÇÕES REAIS E FICTÍCIAS PARA A CESÁREA
Algumas indicações de cesariana
REAIS
REAIS
1) Prolapso de cordão – com dilatação não completa;
2) Descolamento prematuro da placenta com feto vivo – fora do período expulsivo;
3) Placenta prévia parcial ou total (total ou centro-parcial);
4) Apresentação córmica (situação transversa);
5) Ruptura de vasa praevia;
6) Herpes genital com lesão ativa no momento em que se inicia o trabalho de parto.
PODEM ACONTECER, PORÉM FREQUENTEMENTE SÃO DIAGNOSTICADAS DE FORMA EQUIVOCADA
1) Desproporção cefalopélvica (o diagnóstico só é possível intraparto, através de partograma e não pode ser antecipado durante a gravidez);
2) Sofrimento fetal agudo (o termo mais correto atualmente é "freqüência cardíaca fetal não-tranqüilizadora", exatamente para evitar diagnósticos equivocados baseados tão-somente em padrões anômalos de freqüência cardíaca fetal);
3) Parada de progressão que não resolve com as medidas habituais (correção da hipoatividade uterina, amniotomia), ultrapassando a linha de ação do partograma.
SITUAÇÕES ESPECIAIS EM QUE A CONDUTA DEVE SER INDIVIDUALIZADA, CONSIDERANDO-SE AS PECULIARIDADES DE CADA CASO E AS EXPECTATIVAS DA GESTANTE, APÓS INFORMAÇÃO
1) Apresentação pélvica;
2) Duas ou mais cesáreas anteriores (o risco potencial de uma ruptura uterina – variando de 0,5% - 1% - deve ser pesado contra os riscos de se repetir a cesariana, que variam desde lesão vesical até hemorragia, infecção e maior chance de histerectomia);
2) HIV-AIDS (cesariana eletiva indicada se HIV + com contagem de CD4 baixa ou desconhecida e/ou carga viral acima de 1.000 cópias ou desconhecida); em franco trabalho de parto e na presença de ruptura de membranas, individualizar casos.
Algumas desculpas frequentemente utilizadas pelos profissionais para realizar uma DESNEcesárea (em ordem alfabética)
1. Abdominoplastia prévia
2. Aceleração dos batimentos fetais
3. Adolescência
4. Ameaça de chuva/temporal na cidade
5. Anemia falciforme
6. Anemia ferropriva
7. Anencefalia
8. Artéria umbilical única
9. Asma
10. Assalto ou outras formas de violência (gestante ou familiar foi vítima de assalto, então o bebê pode ficar estressado)
11. Bacia "muito estreita"
12. Baixa estatura materna
13. Baixo ganho ponderal materno/mãe de baixo peso
14. Bebê alto, não encaixado antes do início do trabalho de parto
15. Bebê profundamente encaixado
16. Bebê que não encaixa antes do trabalho de parto
17. Bebê "grande demais" (macrossomia fetal só é diagnosticada se o peso é maior ou igual que 4kg e não indica cesariana, salvo nos casos de diabetes materno com estimativa de peso fetal maior que 4,5kg. Não se justifica ultrassonografia a termo em gestantes de baixo risco para avaliação do peso fetal).
18. Bebê "pequeno demais"
19. Bolsa rota (o limite de horas é variável, para vários obstetras basta NÃO estar em trabalho de parto quando a bolsa rompe)
20. Cardiopatia (o melhor parto para a maioria das cardiopatas é o vaginal)
21. Cesárea anterior
22. Chlamydia, ureaplasma e mycoplasma
23. Circular de cordão, uma, duas ou três "voltas" (campeoníssima - essa conta com a cumplicidade dos ultrassonografistas e o diagnóstico do número de voltas é absolutamente nebuloso)
24. Cirurgia gastrointestinal prévia
25. Colestase gravídica
26. Colo grosso, colo posterior, colo duro, colo alto
27. Colostomia
28. Conização prévia do colo uterino
29. Constipação (prisão de ventre)
30. Cálculo renal
31. Data provável do parto (DPP) próximo a feriados prolongados e datas festivas (incluindo aniversário do obstetra)
32. Datas significativas como 11/11/11 ou 12/12/12 (ainda bem que a partir de 2013 precisaremos esperar o próximo século)
33. Diabetes mellitus clínico ou gestacional
34. Diagnóstico de desproporção cefalopélvica sem sequer a gestante ter entrado em trabalho de parto e antes da dilatação de 8 a 10 cm
35. Dorso à direita, dorso posterior, ou dorso em qualquer outro lugar
36. Edema de membros inferiores/edema generalizado
37. Eletrocauterização prévia do colo uterino
38. Endometriose em qualquer grau e localização
39. Escoliose
40. Espondilite anquilosante
41. Estreptococo do Grupo B (EGB) no rastreamento com cultura anovaginal entre 35-37 semanas
42. Exérese prévia de pólipos intestinais por colonoscopia
43. Falta de dilatação antes do trabalho de parto
44. Feto com "unhas compridas"
45. Feto morto
46. Fibromialgia
47. Fratura de cóccix em algum momento da vida
48. Gastroplastia prévia (parece que, em relação ao peso materno, se correr o bicho pega, se ficar o bicho come)
49. Gestação gemelar com os dois conceptos em apresentação cefálica
50. Gravidez não desejada
51. Grumos no líquido amniótico
52. HPV (só há indicação de cesárea se há grandes condilomas obstruindo o canal de parto)
53. Hemorroidas
54. Hepatite B e hepatite C
55. Hiperprolactinemia
56. Hipertireoidismo
57. Hipotireoidismo
58. História de cesárea na família
59. História de câncer de mama ou câncer de mama na gravidez
60. História de depressão pós-parto
61. História de natimorto ou óbito neonatal em gravidez anterior
62. História de trombose venosa profunda
63. História familiar de fibrose cística do pâncreas
64. Idade materna "avançada" (limites bastante variáveis, pelo que tenho observado, mas em geral refere-se às mulheres com mais de 35 anos)
65. Incisura nas artérias uterinas (pesquisada inutilmente, uma vez que não se deve realizar dopplervelocimetria em uma gravidez normal?)
66. Infecção urinária
67. Inseminação artificial, FIV, qualquer procedimento de fertilização assistida (pela ideia de que bebês "superdesejados" teriam melhor prognóstico com a cesárea) - motivo pelo qual esses bebês aqui no Brasil muito raramente nascem de parto normal
68. Insuficiência istmocervical (paradoxalmente, mulheres que têm partos muito fáceis são submetidas a cesarianas eletivas com 37 semanas SEM retirada dos pontos da circlagem)
69. Laparotomia prévia
70. Líquido amniótico em excesso
71. Malformação cardíaca fetal
72. Mioma uterino (exceto se funcionar como tumor prévio)
73. Miscigenação racial (pelo "elevado risco" de desproporção céfalo-pélvica)
74. Neoplasia intraepitelial cervical (NIC)
75. Obesidade materna (ou magreza)
76. Obstetra (famoso) não sai de casa à noite devido aos riscos da violência urbana
77. Parto "prolongado" ou período expulsivo "prolongado" (também os limites são muito imprecisos, dependendo da pressa do obstetra). O diagnóstico deve se apoiar no partograma. O próprio ACOG só reconhece período expulsivo prolongado mais de duas horas em primíparas e uma hora em multíparas sem analgesia ou mais de três horas em primíparas e duas horas em multíparas com analgesia. Na curva de Zhang o percentil 95 é de 3,6 horas para primíparas e 2,8 horas para multíparas)
78. “Passou do tempo” (diagnóstico bastante impreciso que envolve aparentemente qualquer idade gestacional a partir de 39 semanas)
79. Placenta grau III ou II ou I ou qualquer outra classificação
80. Plaquetas baixas não oclusivas do colo do útero
81. Possível falta de vaga em maternidade para um parto normal, caso a gestante não marque a cesárea
82. Pouco líquido no exame ultrassonográfico (sem indicação no final da gravidez em gestantes normais)
83. Praticar musculação ou ser atleta
84. Pressão alta
85. Pressão baixa
86. Problemas oftalmológicos, incluindo miopia, grande miopia e descolamento da retina
87. Prolapso de valva mitral
88. Qualquer grau de placenta
89. Qualquer malformação fetal incompatível com a vida
90. Qualquer procedimento cirúrgico durante a gravidez
91. Sedentarismo
92. Septo uterino/cirurgia prévia para ressecção de septo por via histeroscópica
93. Ser bailarina
94. Suspeita ecográfica de mecônio no líquido amniótico
95. Síndrome de Down e qualquer outra cromossomopatia
96. Síndrome de Ovários Policísticos (SOP)
97. Tabagismo
98. Trabalho de parto prematuro
99. Trombofilias
100. Varizes uterinas
101. Uso de antidepressivos ou antipsicóticos
102. Uso de heparina de baixo peso molecular ou de heparina não fracionada
103. Varizes na vulva e/ou vagina
6 de agosto de 2012
3 de agosto de 2012
A posição
Achei este texto muito bacana no site Leite Materno. Informações importantes sobre a posição para amamentar. Não deixem de conferir o vídeo no final. Segue o texto:
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Na amamentação a posição é muito importante.
A má posição de mamada pode ser causa de:
Há várias razões para a má posição de mamada:
se o bebé recebeu biberão ou chupeta nas primeiras semanas de vida ele pode ter uma má posição de mamada. O modo de sugar na chupeta ou no biberão é diferente do modo de mamar ao peito da mãe. Assim, o bebé pode tentar sugar o mamilo da mãe como se fosse um bico de borracha. |
Uma boa posição é aquela em que
a mãe e o bebé estão confortáveis
a mãe e o bebé estão confortáveis
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Como o bebé pega na mama
Depois do bebé bem posicionado, com o nariz a nível do mamilo:
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Sinais de uma pega correcta:
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Amamentar deitada:
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