23 de novembro de 2012

10 SINAIS DE QUE SEU MÉDICO VAI FAZER UMA CESARIANA EM VOCÊ (+ bonus track) - dicas de AC Duarte:

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1) Quando você pergunta sobre parto, as respostas são evasivas, do tipo "ah, isso a gente vê mais pra frente, cuida da decoração que eu cuido do parto".

2) Quando você pergunta das opções de parto, ele parece dar a mesma importância para o parto normal ou a cesárea, com frases de efeito do tipo "as duas têm suas vantagens e desvantagens!

3) Ele nunca desmarcou uma consulta para atender um parto.

4) Na sala de espera, aquele monte de mãe que foi "tirar os pontos" e todas as mães precisaram de cesárea, no final, por alguma razão qualquer.

5) Quando ele diz que ele faz parto normal, mas não muito, porque as mulheres preferem cesárea.

6) Quando ele começa a plantar a semente da dúvida no seu coração, falando que o bebê é muito grande, seu colo muito grosso, a bacia muito estreita, etc.

7) Quando ele fica pedindo um monte de ultrassom de terceiro trimestre (questão de tempo pra aparecer uma circular de cordão, pouco líquido, etc)

8) Quando ele diz que faz parto normal, só que ele não se arrisca. (que papo aranha esse)

9) Quando a secretária diz que quinta feira ele não atende porque é o dia que ele "opera" (= dia da cesárea marcada)

10) Quando ele se refere ao parto normal como a opção com mais sofrimento: "mas tem que usar o soro, se quiser anestesia, só depois de 9 cm de dilatação, e eu faço um cortinho na sua vagina para o bebê passar".

11) Bonus track: Quando no consultório tem várias fotos de mães na sala de parto com seus bebês logo após o nascimento, invertidos na cabeceira da maca cirúrgica.

Por Ana Cristina Duarte

6 de novembro de 2012

Andador: perigoso e desnecessário

Gente, levantando uma questão importante para a saúde e segurança de nossos filhotes! Leiam o texto escrito pelo Dr. Danilo Blank!




"Desde 2007, é proibido vender, importar, e mesmo fazer propaganda de andador para bebês no Canadá. Apesar de ainda muito popular no Brasil, para bebês de 6 a 15 meses, o andador não é recomendado pelos pediatras. Os pais alegam alguns motivos para colocar o bebê no andador. Dizem que ele dá mais segurança às crianças (evitando quedas), mais independência (pela maior mobilidade), promove o desenvolvimento (auxiliando no treinamento da marcha), o exercício físico (também pela maior mobilidade), deixam os bebês extremamente faceiros e, sobretudo, mais fáceis de cuidar.
A literatura científica tem colocado por terra todas estas teses. A ideia de que o andador é seguro é a mais errada delas. A pesquisadora sueca, Ingrid Emanuelson publicou uma análise dos casos de traumatismo craniano moderado em crianças menores de quatro anos, que considerou o andador o produto infantil mais perigoso, seguido por equipamentos de playground. A cada ano são realizados cerca de dez atendimentos nos serviços de emergência para cada mil crianças com menos de um ano de idade, provocados por acidentes com o andador. Isto corresponde a pelo menos um caso de traumatismo para cada duas a três crianças que utilizam o andador. Em um terço dos casos, as lesões são graves, geralmente fraturas ou traumas cranianos, necessitando hospitalização. Algumas crianças sofrem queimaduras, intoxicações e afogamentos relacionados diretamente com o uso do andador, mas a grande maioria sofre quedas; dos casos mais graves, cerca de 80% são de quedas de escadas.
É verdade que o andador confere independência à criança. Contudo, um dos maiores fatores de risco para traumas em crianças é dar independência demais numa fase em que ela ainda não tem a mínima noção de perigo. Colocar um bebê de menos de um ano num verdadeiro veículo que pode atingir a velocidade de até 1 m/s equivale a entregar a chave do carro a um menino de dez anos. Crianças até a idade escolar exigem total proteção.
O andador atrasa o desenvolvimento psicomotor da criança, ainda que não muito. Bebês que utilizam andadores levam mais tempo para ficar de pé e caminhar sem apoio. Além disso, engatinham menos e têm escores inferiores nos testes de desenvolvimento.
O exercício físico é muito prejudicado pelo uso do andador, pois, embora ele confira mais mobilidade e velocidade, a criança precisa despender menos energia com ele do que tentando alcançar o que lhe interessa com seus próprios braços e pernas.
Por fim, trata-se de uma grande falácia dizer que a satisfação e o sorriso de um bebê valem qualquer risco. Um bebê de um ano fica radiante com muito menos do que isso: basta sentar na sua frente, fazer caretas para ele e lhe contar histórias ou jogar uma bola.
Dizer que o andador torna a criança mais fácil de cuidar revela preguiça, desinteresse ou falta de disponibilidade do cuidador. Caso o adulto realmente não tenha condições de ficar o tempo todo ao lado do bebê, é mais seguro colocá-lo num cercado com brinquedos do que num andador. Cercá-lo de um ambiente protetor, com dispositivos de segurança, como grades ou redes nas janelas; estas são medidas de proteção passiva, muito mais efetiva. O andador definitivamente não se enquadra neste esquema.
Existe um movimento muito intenso na Europa e nos Estados Unidos visando a implantar uma lei semelhante à canadense, uma vez que todas as estratégias educativas têm falhado na prevenção dos traumatismos por andadores.
Enquanto este progresso não chega ao Brasil, continuamos contando com o bom senso dos pais, no sentido de não expor os bebês a um produto perigoso e absolutamente desnecessário".

Para os interessados em informações mais detalhadas sobre o assunto:
• American Academy of Pediatrics. Committee on Injury and Poison Prevention. Injuries associated with infant walkers. Pediatrics. 2001;108:790-2.http://pediatrics.aappublications.org/cgi/content/full/108/3/790.
• Taylor B. Babywalkers. BMJ. 2002;325:612.http://bmj.bmjjournals.com/cgi/content/full/325/7365/612.
• Health Canada. Baby Walkers (Banned) & Stationary Activity Centres. http://www.hc-sc.gc.ca/cps-spc/child-enfant/equip/walk-marche-eng.php