19 de dezembro de 2011

Quero mesmo ser mãe?

Vejam este vídeo, muito bom! A jornalista e escritora Maristela Tesseroli, mãe de duas filhas levanta uma polêmica entre a diferença em querer ter um filho e querer ser mãe.

Quero mesmo ser mãe?

Encontro do GAPP Luz da vida- dia 17/12/11

Aconteceu neste ultimo dia 17, o encontro do Grupo Luz da Vida, no Espaço Bem Zen, com apoio da querida Ana Luisa Mello. O encontro contou com a participação de 9 pessoas, maravilhosas, que sabem que o parto é algo natural e querem ver mudanças!!
Vimos o documentário da Equipe Hanami, que nos deu muitas informações e colocou mitos a baixo. Depois nos apresentamos e contamos nossas histórias de partos e nascimentos, e então abrimos para discussão. Não tenho palavras para expressar minha alegria de ver todos vocês neste encontro...Joici e seu filho Vitor; Larissa com 33 semanas de gestação, carregando um menina em seu ventre; Minha mãe querida, compartilhando a história de 3 cesáreas; Camila e João com sua pequena de 10 meses; Roger e  Mi, aprendendo para o futuro; a própria Ana, compartilhando suas vivências; e a Jeane, jornalista, que estava ali para saber mais do trabalho de humanização e divulgar na Revista Bebe & Cia.

Grata à todos vocês e quero vê-los novamente no próximo encontro!

Espaço Bem Zen




14 de dezembro de 2011

Acompanhante no parto...


Estudos científicos comprovam: a presença de um acompanhante no momento do parto traz diversos benefícios, como diminuir as taxas de cesárea, diminuir a duração do trabalho de parto, diminuir os pedidos de anestesia, além de ajudar a evitar a depressão pós-parto e influenciar positivamente na formação dos laços afetivos entre os membros da família. Assim, podemos concluir que a presença de acompanhante no parto traz benefício para todos: para a criança, para a gestante, de certa forma para toda a família e também para a equipe médica que realiza o parto.
Com esta idéia em mente, foi sancionada a lei n.º 11.108/2005, que altera a Lei  do SUS (Lei nº 8.080/90), para garantir às mulheres que darão à luz o direito à presença de acompanhante durante o trabalho de parto, parto e pós-parto imediato, no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS.
O curioso sobre esta lei é que nem todos a conhecem. Resultado: médicos que se recusam a permitir a presença do acompanhante e gestantes que não sabem do direito que elas têm.
É bom reforçar que a lei abrange apenas os hospitais do SUS e seus conveniados. Apesar disso, os hospitais particulares também estão obrigados a permitir a presença do acompanhante, já que está em vigor a Resolução da Diretoria Colegiada N° 36, DE 3 DE JUNHO DE 2008, da ANVISA, a qual dispõe sobre Regulamento Técnico para Funcionamento dos Serviços de Atenção Obstétrica e Neonatal, cujo item 9.1 prevê que “o Serviço deve permitir a presença de acompanhante de livre escolha da mulher no acolhimento, trabalho de parto, parto e pós-parto imediato.“
Alguns hospitais particulares já têm tomado esta iniciativa, alguns permitindo a presença de acompanhante sem qualquer custo (o que é louvável), outros concedendo o benefício após o pagamento de uma taxa (o que, na minha opinião, é proibido, já que o hospital não pode cobrar do usuário para cumprir uma norma). Porém, segundo experiências relatadas por membros da ONG Amigas do Parto (www.amigasdoparto.org.br), os lugares onde se encontra a maior resistência ao cumprimento da norma está justamente nos hospitais públicos, os quais, vale repetir, são obrigados por lei a permitir a presença de acompanhante. O fato é incentivado, se observarmos que a lei 11.108/2005 não prevê uma punição para aquele que se recuse a cumprir a lei, o que certamente a torna menos eficaz.
Então, o que fazer diante da recusa do médico em permitir a presença do acompanhante nas ocasiões previstas?
1- Conversar com o médico e citar a regra (pode ser que ele não saiba e, dessa forma, você estará ajudando para que o profissional se informe). Seja firme e argumente com clareza. Mencione a lei do SUS e a RDC 36/2008 da ANVISA. Alguns médicos dizem que a regra só vale para partos normais. É mentira. A regra é válida para qualquer parto;
2- Caso o médico ainda assim se recuse, busque a diretoria do hospital para que tome as providências no sentido de fazer com que a lei seja cumprida;
3- Caso não dê certo, infelizmente, não haverá alternativa a não ser buscar a ajuda de um advogado de confiança para que tome as medidas necessárias caso a caso e
4- A partir daí, o usuário deverá reclamar nos seguintes órgãos: Ministério Público, CRM, Ministério da Saúde (para hospitais públicos), ANS (para hospitais e planos particulares), ANVISA, PROCON (para hospitais e planos particulares), bem como requerer junto ao plano de saúde o descredenciamento daquele profissional, quando for o caso. Procure a ajuda de um advogado para realizar estes atos também.
Seria saudável levar ao hospital uma cópia da Lei do SUS e da RDC 36/2008 da ANVISA, bem como trazer consigo um gravador e testemunhas, o que nem sempre é possível, já que, dependendo do parto, pode não haver tempo para isso. Meu conselho é que se faça um “kit parto” com este material e guarde junto com as coisas que serão levadas para a maternidade.
Como diria o “Rei Sol” Luís XIV, “o Estado sou eu”. Ele estava certo. O Estado sou eu, o Estado é você, o Estado somos nós. Devemos fazer cumprir as regras, sejam elas leis ou resoluções. É uma ótima oportunidade para exercer a cidadania. Cabe a cada um de nós fazer acontecer. Mas é necessário agir com muita cautela, já que é um momento delicado. Afinal, uma criança está para nascer. Nunca é demais lembrar que a demora na realização do parto pode trazer danos irreversíveis para a criança, tornando ainda maior os prejuízos materiais e morais, tanto para a criança, quanto para a família que a recebe.
A presença do pai é muito importante neste contexto, pois a sua companheira certamente não terá condições de agir, devido à sua condição, que inspira cuidados. Isto torna o pai protagonista do nascimento, mais partícipe, além de permitir a transmissão de força à mulher, trazendo para si condições para uma paternidade responsável, além de oferecer uma experiência que nenhum homem poderá ter em sua vida senão através da mulher: algo profundo e poderoso e transformador. E, quem sabe, lhe dá mais coração e engajamento futuro.
 Colaboração do advogado e consultor jurídico Rafael Felício Júnior. 
drrafaelfeliciojr@yahoo.com.br.

8 de dezembro de 2011

Noticia: 3 minutos a mais com a mãe!

Maravilhosa noticia dada pelo site do Estadão. Só reforça o que nós da Humanização do parto e nascimento, já sabíamos! Temos que adequar nosso sistema de Saúde e trabalhar com as evidências! É urgente! Minha filha esta um pouco anêmica, e eu sei bem porque. Apesar da alimentação boa, com carne, arroz integral, feijão, verdes escuros e o suquinho de laranja, maracujá, após o almoço, ela esta levemente anêmica. E ela ainda mama no peito!! Não duvido que os efeitos do corte precoce do cordão dela, estejam ainda se mantendo. Leiam a notícia...

google imagem

Fernando Reinach - O Estado de S.Paulo
Uma em cada quatro crianças apresenta uma forma branda de anemia na primeira infância. Mesmo na Europa, essa taxa é de 5%. Como a falta de ferro durante os primeiros anos de vida pode prejudicar o desenvolvimento neurológico das crianças, essa alta frequência de anemia infantil preocupa os pediatras.
Agora, um grupo de médicos suecos descobriu uma maneira simples e barata de eliminar o problema. Basta cortar o cordão umbilical três minutos mais tarde.
Toda criança nasce ligada à placenta pelo cordão umbilical. Nos instantes iniciais de sua vida fora do útero, ela ainda recebe o oxigênio necessário por meio do cordão umbilical. Logo em seguida, começa a respirar e, a partir desse momento, seu suprimento de oxigênio deixa de vir da placenta e passa a vir diretamente da atmosfera.
Em seguida, um mecanismo fisiológico contrai o cordão umbilical, interrompendo o fluxo de sangue entre o placenta e o recém-nascido, e ele se torna independente da mãe. Nos hospitais modernos, o médico coloca um clipe e corta o cordão imediatamente após o parto.
Nos outros mamíferos e nos partos fora do ambiente hospitalar (em tribos indígenas, por exemplo), o rompimento do cordão umbilical leva mais tempo. As contrações continuam, a placenta é expelida e somente depois o cordão umbilical se rompe ou é cortado pela mãe.
Faz muitos anos que se sabe que nos primeiros minutos após o parto, antes do fluxo de sangue ser interrompido pela contração natural do cordão, um volume razoável de sangue passa da placenta para o recém-nascido. Nos seres humanos, esse volume chega a ser 100 mililitros, o equivalente ao de uma xícara de leite.
Será que o ato de colocar um clipe e cortar o cordão umbilical imediatamente após o nascimento não estaria privando as crianças dessa xícara extra de sangue? E será que não seria essa a causa para a anemia observada em um número tão grande de crianças?
Espera. Para testar a ideia, os médicos atrasaram o momento em que o médico coloca o clipe e corta o cordão umbilical. Foram estudados 400 partos, divididos em dois grupos. Nas mulheres do primeiro grupo, o cordão foi cortado dez segundos após o nascimento, como é a prática usual. No segundo grupo, os médicos esperavam 180 segundos após o nascimento, antes de colocar o clipe e cortar o cordão umbilical.
As mulheres foram incluídas em cada um dos grupos por sorteio, na hora em que chegavam ao hospital. Após o parto, as crianças de cada grupo foram acompanhadas por quatro meses. No grupo de crianças em que o cordão foi cortado imediatamente após o nascimento, 6,3% apresentavam uma anemia leve dois dias após o parto e 5,7% ainda tinham o quadro quatro meses após o nascimento. No grupo em que os médicos esperaram três minutos antes de cortar o cordão umbilical, somente 1,2% apresentava anemia aos dois dias e, mais impressionante, somente 0,6% tinha aos 4 meses - uma redução de quase dez vezes no número de crianças anêmicas aos 4 meses.
Esse resultado demonstra que manter o recém-nascido ligado ao cordão umbilical por mais três minutos pode resolver grande parte do problema da anemia infantil. Mas isso depende de esse novo procedimento ser adotado nos hospitais. Um experimento simples, baseado em uma ideia também simples, que pode resolver um problema importante. Ciência de primeira.
Mas o mais interessante é compreender por que os médicos decidiram que o procedimento correto seria cortar o cordão imediatamente após o nascimento. Em partos complicados, existem muitas razões para cortar imediatamente o cordão, mas ninguém conseguiu me explicar por que esse procedimento foi adotado como padrão nos partos absolutamente normais.
Durante milhões de anos, os primatas (e todos os outros mamíferos) viveram sem clipes e tesouras, em um ambiente em que o cordão era rompido muito mais tarde. Não seria de se esperar que o processo evolutivo tivesse, ao longo do tempo, ajustado corretamente o momento em que o cordão naturalmente interrompe o fluxo de sangue entre a placenta e o recém-nascido?
Ao decidir que o correto é cortar imediatamente o cordão, os médicos da época não consideraram a possibilidade de existir uma boa razão para o processo de seleção natural ter "escolhido" deixar o recém-nascido passar seus primeiros três minutos ainda ligado à mãe. Darwin deveria ser estudado nas escolas de Medicina.
MAIS INFORMAÇÕES: EFFECT OF, DELAYED VERSUS EARLY UMBILICAL CORD CLAMPING ON NEONATAL, OUTCOMES AND IRON STATUS AT, 4 MONTHS: A RANDOMISED, CONTROLLED TRIAL. BRITISH, MEDICAL JOURNAL, DOI:10.1136/BMJ.D7157, 2011
*Biólogo