30 de julho de 2012

VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA, VOCÊ SABE O QUE É ISSO?

23 de julho de 2012

Descolamento de membranas




Todos ouvimos falar em métodos de indução de parto, e um método que é feito muitas vezes sem o consentimento da gestante é o descolamento de membranas... e que as pessoas comentam, mas não sabem o que é! rss

Bom, a primeira coisa a se dizer é que o descolamento de membranas não tem nada a ver com o descolamento da placenta. O descolamento placentário é uma situação grave, muitas vezes causada por trauma, e que indica cesárea de urgência!!

Já o descolamento das membranas (ou descolamento da bolsa, como também é chamado) é um modo do médico induzir "naturalmente" o trabalho de parto de uma mulher. Esse descolamento é feito durante o toque vaginal, e necessita que a gestante tenha alguma dilatação para que o médico consiga realizá-lo.

O médico introduz o dedo indicador no colo uterino, e após identificar as membranas, faz movimentos circulares, para que as membranas se soltem... é um procedimento que tem ação mecânica sobre o colo do útero e que também ajuda a liberar prostaglandinas, substâncias responsáveis pela dilatação e afinamento do colo (e que também são encontradas no sêmen do maridão! Então vale namorar muuuuito no final da gestaão, viu, meninas?!!)

Geralmente, quando o médico faz o descolamento a mulher relata um incômodo. Muitas dizem; "o médico dessa vez, fez um toque mais doloroso e sangrou um pouquinho".... e isso é normal!!

O descolamento dá uma ajuda...mas não tem como dizer em quanto tempo a mulher irá entrar em trabalho de parto... Algumas entram no mesmo dia, outras não. É variável, de mulher para mulher!

É importante saber que como todo método de indução, o descolamento de membranas não deve ser um recurso usado rotineiramente e que se for feito, que seja feito após as 41 semanas... quando todos os outros métodos de indução são mais indicados (e depois de ter tentado os métodos naturais de indução)!! Ou então, quando já está num trabalho de parto mas mulher não quer ocitocina...

E também importante que vocês avisem seus médicos se querem ou não que eles realizem tal procedimento. Muitos médicos fazem, sem avisar ou só avisam depois que fizeram, e muitas gestantes não gostam disso, se sentem invadidas e prejudicadas por essa ação..

Beijos

Renata Olah -fisioterapeuta e doula

19 de julho de 2012

A cultura da cesárea e a violência obstétrica


O quê é isso?? O quê está acontecendo?? Que frio!!! Que claridade!!! Quero voltar pro meu  mundo.... ME DEVOLVEM!!!!

Não basta para a mulher ter formação em saúde para escapar do modelo biomédico de assistência do sistema obstétrico brasileiro. As mulheres, em sua grande maioria, nem mesmo podem ter o conforto de confiar na equipe de saúde para ser assistida humanamente. Digo humanamente, embora muitas nem saibam que, na verdade, gostariam de ser ouvidas e tratadas de maneira humanizada, ou melhor, todas esperam que as coisas assim aconteçam, todavia nem todas entendem a dimensão de um trabalho de parto, de um parto, de um nascimento, de uma amamentação e por isso se esquecem de clarear esses assuntos para si mesmas, pensando que todas as coisas se encaixarão no momento certo. E aquelas que possuem o conhecimento, às vezes não têm o suporte necessário para atender seus anseios e nem a liberdade para protagonizarem suas vidas. As vontades, as necessidades, os receios se perdem em meio à violência obstétrica. As mulheres são silenciadas.

A violência inicia-se no momento em que a mulher escolhe a cesariana como modo de ter o seu filho. (Na verdade, já é uma violência pensar que existem duas opções de parto: o normal e a cesariana.) É a violência de exercer poder sobre a natureza, sobre a fisiologia do corpo humano e sobre o próprio bebê. Essa violência é praticada pela futura mãe e apoiada pelo obstetra ou outro profissional envolvido, até mesmo pela família e pelo cônjuge; ou é sugerida pelo médico e aceita pela mulher; ou ainda, é justificada pelo médico, apesar da tristeza da gestante. Essa última, a violência da “escolha” do obstetra gera uma obrigação de escolha pela mulher e causa duas violências: sobre a mulher e sobre o feto. E vai desencadeando cada vez mais violências: é o médico conduzindo a vida da gestante. A mulher agora não sabe de mais nada. E culmina na própria cesárea que é a violência física na mulher e no bebê. A cirurgia violenta o mundo do bebê e o retira brutalmente de seu aconchego. A cesárea não espera seus pulmões amadurecerem. O médico corta o cordão umbilical imediatamente após o nascimento, não deixando fluir o aporte necessário de oxigênio da mãe para o filho. A enfermeira introduz sondas para aspirar o conteúdo gástrico e o nariz, pinga um colírio nos olhos do bebê, aplica uma injeção em sua coxa, o encosta por dez segundos no rosto da mãe e some com ele para o berçário, onde ficará com outros bebês tão sozinhos quanto ele: violentamente retirado de dentro da mãe e dos braços dela. Daí lhe será negado o peito pela própria instituição de saúde: o bebê receberá fórmula artificial ou glicose por mamadeira.

A maioria dos profissionais são “os especialistas”, sempre focados no que os interessam, no que diz respeito ao que eles conhecem, e na função que devem desempenhar como tais, comprovando o que a atual sociedade espera deles. As mulheres confiam e se entregam plenamente aos cuidados médicos sem nem ao menos questioná-los ou questionar-se, sem assumirem a responsabilidade por suas vidas e de seus bebês. Cometem uma violência contra si mesmas. E de violência em violência, acabam traumatizadas com uma experiência que deveria libertá-las e torná-las verdadeiras fêmeas, mulheres completamente poderosas. Afinal, tantas mulheres tiveram seus filhos naturalmente por séculos, por que agora seria diferente? E, ainda, os médicos enganam-se a si mesmos e a outrem com mentiras sofisticadas (entende-se por justificativas para intervenções sem cientificidade, obsoletas e/ ou necessidade), temendo a incompetência como profissionais e mantendo-se em suas zonas de conforto.

É sabido que há a divulgação de fatos, relatos e experiências de partos, que gritam a realidade obstétrica brasileira, que sangram da alma de muitas mulheres. Mas por que o universo social a nossa volta não enxerga isso? Porque é difícil desconstruir a relação de poder de quem teoricamente detêm o conhecimento, o chamado embasamento científico. Porque as pessoas sentem-se confortáveis em terceirizar o parto e o nascimento, sendo uma preocupação a menos. Porque as pessoas guardam apenas informações que despertam o seu interesse e estejam de acordo com a maneira como desejam conduzir suas vidas, marcando cesáreas desnecessariamente ou aceitando qualquer justificativa "médica" para a realização das cesarianas.

A cesariana é uma violência para o bebê e até mesmo para a mãe, que inocentemente quebra seu vínculo com o próprio filho em nome do receio à dor. A cesárea arranca o bebê bruscamente de dentro do útero, sem aviso prévio, sem esperar que ele esteja preparado. Daí vem o sofrimento respiratório e a má adaptação à vida externa. Ter um parto natural é um ato heróico, onde a mulher dá prioridade para o nascimento do seu filho. Preferir uma cesárea é colocar a vida do filho em risco. É se sentir confortável e poder descansar enquanto o bebê está sufocando. É deixar que separem um do outro por horas, depois de terem estado juntos por tantos meses, obrigando o bebê a ficar sozinho e inseguro. É quebrar o vínculo com o próprio filho. É favorecer acontecimentos tristes, de não-amor e não-segurança para o bebê. É não reconhecer o bebê como o filho que gestou por tanto tempo. É sentir uma tristeza profunda e inexplicável no peito. É talvez acordar tarde demais para melhorar a experiência de se tornar mãe. É ter uma cicatriz no ventre e na alma.

Simone Menzani Marin

Mãe do Rodrigo, de 1 ano e 8 meses, retirado por cesárea eletiva, por fragilidade minha e neutralidade médica.
Publicado também no Parto do Princípio

11 de julho de 2012

SBT Repórter - Parto Humanizado

Ótima matéria feita pelo SBT Repórter exibida na no dia 09/07/2012. Jornalismo de verdade!! O SBT foi muito feliz, na minha opinião mostrando a Humanização do Parto em vários lugares do país, entrevistando de forma imparcial profissionais que trabalham promovendo o apoio e o respeito no parto e nascimento!
Fiquei muito satisfeita com o que vi! Parabéns a emissora pelo profissionalismo!

6 de julho de 2012

ATENÇÃO! PARTO DOMICILIAR PLANEJADO - ATENÇÃO PADRÃO OURO


Por Ana Cristina Duarte

1) Pré natal impecável, com todos os exames realizados, incluindo Ultrasom morfológico com aproximadamente 20 semanas, sorologias conforme recomendação do Ministério da Saúde, pelo menos 6 consultas de pré natal com avaliação de pressão arterial, altura uterina, peso materno, ausculta fetal. Anamnese completa.
2) Pré natal realizado por médico, enfermeiro obstetra, obstetriz ou uma combinação destes profissionais.
3) Permanecer como gestante de baixo risco até o final da gestação, sem doenças associadas. Situações especiais podem ou não ser classificadas como candidatas a um parto domiciliar, a depender de vários fatores: multípara, cesárea prévia ou pélvico, por exemplo.
4) Atendimento do parto por médico, enfermeiro obstetra, obstetriz com treinamento em emergências obstétricas e neonatais. 
5) Informações completas sobre hospitais de referência na região
6) Equipamento completo de emergência: ambu, estetoscópio, medicamentos anti-hemorrágicos, soro para reposição de volume em caso de hemorragia, luvas e gazes estéreis, material de sutura, instrumentos esterilizados, e se possível um cilindro de O2 portátil
7) Início espontâneo do trabalho de parto, sem indução ou aceleração com ocitocina
8) Ausculta dos batimentos cardíacos fetais a cada hora (fase latente), a cada meia hora (fase ativa), a cada 15 minutos (expulsivo), especialmente após contração, com registro completo de todas as medidas e ações em prontuário individual.
9) Cuidado pós parto com pelo menos três visitas de membros da equipe, nos primeiros sete dias de vida do bebê
10) Emissão de DNV para registro do bebê, nos municípios onde há permissão da secretaria de saúde para retirada de DNV por profissionais.


O Bebê amamentado!




Que lindo ver tanto benefícios. Amamentar é maravilhoso sim, não duvide!